São várias as espécies de lepidópteros ameaçadas de extinção no Brasil. Seu caráter é oficializado por leis elaboradas pelo órgão governamental competente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA). Atualmente muitos países tem suas espécies ameaçadas relacionadas em leis, que servem de base para órgãos internacionais elaborarem listas que indicam o estado de risco em que as espécies se encontram. Uma das listas mais utilizadas no mundo é a do Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas (The Red Data Book) editado pela ONG americana WWF, que hierarquiza o risco de extinção das espécies, em quatro categorias – vulnerável, ameaçada, muito ameaçada e extinta. Assim, apresentamos aqui algumas das espécies brasileiras de borboletas ameaçadas.
A borboleta da praia encontra-se classificada
na categoria vulnerável das espécies ameaçadas de
extinção, relacionadas no "The Red Data Book". Seu habitat
estende-se da área compreendida entre a Praia de Atafona, no município
de Campos e Muriqui, em Mangaratiba, habitando as áreas inundadas
de terreno, onde é encontrada sua planta hospedeira, Aristolochia
macroura ("jarrinha").
Cabe ainda ressaltar, que a caça predatória
não é fator determinante da ameaça de extinção
em que a espécie se encontra, sendo a exploração imobiliária
ao longo do litoral do Rio de Janeiro o real fator.
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Espécie endêmica da Mata Atlântica,
Heliconius
nattereri, encontra-se classificada na categoria de ameaçada.
Seu habitat é restrito a uma área que situa-se entre
os Estados do Espírito Santo e o sul da Bahia. No passado,
dentro desses habitats, todas as espécies de borboletas do gênero
Heliconius
alimentavam-se de uma ampla gama de espécies de maracujás.
O desmatamento atual dessa região, gerou uma concorrência
entre esta espécie e outras do gênero Heliconius, pela
planta alimento da lagarta, o maracujá selvagem (Tetrastylis
ovalis). Assim, este é o principal fator que coloca a
espécie em perigo pois, a diminuição de plantas da
família Passifloraceae, leva as lagartas a uma concorrência
desigual com as espécies mais preparadas para obter alimento.
Teoricamente sua distribuição geográfica
compreende o sul do Espírito Santo e a costa do Rio de Janeiro.
Todavia, as únicas populações atualmente conhecidas
de Mimoides lysithous harrisianus, estão restritas a Reserva
Biológica de Poço das Antas, Município de Barra de
São João. Por isto, ela é classificada com muito ameaçada,
sendo a exploração imobiliária o principal fator que
determina do seu processo de extinção. Em Poço das
Antas podemos ver a sua forma platydesma voando ao lado de P. ascanius,
de quem é mimética.
H. h. himeros tem uma distribuição
geográfica que compreende as regiões Sul e Sudeste do país.
No estado da Bahia, áreas ao sul do litoral e interior, temos outra
subespécie, H. himeros bahia (Rothschild & Jordan, 1906).
Ambas estão enquadradas na categoria vunerável, e o
desmatamento é em geral, o principal fator que deflagra o processo
de extinção.
Agrias c. claudina, é um exemplo
único de que a caça pode levar uma borboleta a extinção.
Em algumas porções da Mata Atlântica no Sudeste brasileiro,
com por exemplo no Parque Nacional da Floresta da Tijuca, esta subespécie
já esta extinta, por causa da ação dos caçadores
de borboletas que usavam suas asas com adornos. Apesar disto, ela apenas
é enquadrada como vunerável pois, ainda existem populações
em áreas no sul do país.
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